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MÃE ELEONORA

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Filha de baiana e mineiro, Eleonora Alves nasceu no Rio de Janeiro em 1962, mas foi criada em Brasília (DF). Em 1979, chegou a Hortolândia, no interior de São Paulo, onde reside atualmente. Junto com a irmã Isabel Alves, criou a ONG Ilê Asé Omo Oya Bagan Odé Ibô, também conhecida como Ponto de Cultura Caminhos, onde é presidente. É irmã de Mãe Eliana e da falecida Mãe Isabel, que também têm e tiveram, papéis essenciais no Caminhos.

Eleonora também fez parte do Conselho Municipal de Cultura por dois mandatos, sendo que em um deles, presidiu o conselho. Atualmente faz parte do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, e do IPHAN — Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Caminhos abriga projetos como o Grupo de Dança Afro Oju Obá, a grife de roupas afro Criolê, o Bloco de Afoxé Oya Obirin Ode e o Projeto Tabuleiro Ancestral. É um espaço de resistência da cultura negra, gerido por mulheres e considerado uma importante referência no aspecto cultural e de economia solidária, na comunidade.

A relação que tem com a cozinha é forte: “Para nós do candomblé, o coro come, literalmente. A gente alimenta a espiritualidade, porque assim a gente alimenta o nosso físico”, diz Eleonora.

O vínculo com a culinária também se desdobra no Espaço Gourmet Flor de Dendê, empreendimento solidário do Ponto de Cultura Caminhos, que funciona no quintal do terreiro de Mãe Leonora, cultivando as tradições da cozinha afro e oferecendo as chamadas “comidas de terreiro” como o Acarajé, o Omolocum e o Abalá, pratos tipicamente associados aos santos. No espaço, também existe um restaurante dedicado ao saber culinário da gastronomia com raízes de matriz africana.

Em uma região pouco acolhedora com suas raízes, Mãe Eleonora relata que durante toda a vida sofreu preconceito por ser mulher, líder e afrodescendente que cultua a cultura negra. Principalmente por ser responsável por diversos projetos culturais que apresentavam o universo afro para a população de Hortolândia, entre eles jovens que mudaram a forma de enxergar a própria ancestralidade. “Fui criada por uma mãe forte, tenho irmãs fortes, vivi com mulheres fortes. Nós, mulheres negras, temos isso, nós protegemos umas às outras”, diz mãe Eleonora.

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